Análise de Suicide Squad: Kill the Justice League – Um Deslize da Rocksteady?

A Rocksteady Studios, conhecida por seu trabalho excepcional na franquia Batman: Arkham, sempre foi sinônimo de qualidade quando o assunto é jogos de super-heróis. O sucesso de Batman: Arkham Asylum e seus sequentes Arkham City e Arkham Knight solidificou o estúdio como uma das maiores potências no gênero de ação e aventura. No entanto, após anos de silêncio, a Rocksteady retornou ao radar dos fãs com Suicide Squad: Kill the Justice League, um jogo que promete trazer a ação e a adrenalina de um título de super-herói, mas com uma reviravolta: desta vez, o jogador controla os vilões. A grande questão é: será que a Rocksteady conseguiu manter sua magia? Ou Suicide Squad: Kill the Justice League é um tropeço para o estúdio?

Neste post, vamos analisar os pontos fortes e fracos do jogo, buscando entender se a Rocksteady realmente entregou o que os fãs esperavam ou se este é um jogo que ficou aquém das expectativas.

A Premissa: Os Vilões no Comando

Em Suicide Squad: Kill the Justice League, os jogadores assumem o controle de alguns dos vilões mais icônicos da DC Comics: Harley Quinn, Deadshot, Capitão Boomerang e King Shark. O enredo segue a missão da equipe de eliminar a Justice League, que foi corrompida por um mal misterioso. A premissa, apesar de curiosa, tem uma abordagem mais leve e até cômica em relação à típica narrativa de super-heróis. Afinal, em vez de controlar os heróis como é comum em jogos de super-heróis, aqui você está do lado dos anti-heróis, lidando com tarefas desafiadoras enquanto luta contra heróis conhecidos.

Embora a história ofereça uma proposta interessante e diferente, ela peca pela falta de profundidade. A sensação de que a narrativa é mais uma desculpa para a ação do que uma história envolvente pode afastar alguns jogadores. Isso é uma pena, pois com o talento da Rocksteady para contar histórias, o jogo poderia ter explorado mais o desenvolvimento dos personagens e as relações dentro da equipe do Suicide Squad.

Jogabilidade: Um Jogo de Ação ou uma Fórmula Pronta?

Quando pensamos na Rocksteady, imediatamente lembramos do sistema de combate fluido e dinâmico de Batman: Arkham. Não há como negar que o estúdio criou um padrão elevado para jogos de ação, e Suicide Squad: Kill the Justice League tenta replicar essa fórmula. No entanto, a grande questão é: o jogo consegue inovar ou fica preso em uma fórmula que já sabemos como funciona?

A jogabilidade de Suicide Squad: Kill the Justice League é, em grande parte, uma mistura entre tiro em terceira pessoa e combate corpo a corpo, com uma ênfase na utilização dos poderes especiais de cada personagem. Harley Quinn, por exemplo, é ágil e pode usar acrobacias enquanto atira, enquanto Deadshot utiliza seu armamento de longo alcance com precisão mortal. King Shark, por sua vez, é uma máquina de combate corpo a corpo, com uma força bruta imensa, e Capitão Boomerang usa sua habilidade com os bumerangues para atacar à distância.

Embora as habilidades únicas de cada personagem adicionem uma certa variedade ao gameplay, o sistema de combate, de forma geral, parece um tanto repetitivo. Não há muita inovação em relação aos jogos anteriores da Rocksteady, o que acaba sendo um ponto negativo. A ação é satisfatória, mas falta um pouco de frescor e criatividade para realmente se destacar no cenário atual dos jogos de ação.

Outro ponto a ser destacado é a falta de um componente mais focado na exploração e em ambientes abertos, como vemos em Arkham City. O jogo se passa em uma cidade aberta, mas a sensação de liberdade é limitada. O foco maior está nas missões e na ação constante, com pouca ênfase em explorar e descobrir segredos.

Multijogador e Progressão: O Modelo Live-Service é a Solução?

Um dos maiores focos de Suicide Squad: Kill the Justice League é o modo multijogador. O jogo permite que você jogue sozinho ou em equipes de até quatro jogadores, o que é uma abordagem interessante para um jogo do tipo. No entanto, aqui encontramos um dos maiores problemas do título: a implementação do modelo de “live-service”, que envolve microtransações, progressão baseada em loot e itens cosméticos.

Esse modelo pode ser uma faca de dois gumes. Por um lado, ele permite que os jogadores personalizem seus heróis e adicionem um nível de personalização que aumenta a rejogabilidade. No entanto, por outro lado, o sistema de progressão baseado em loot pode fazer com que o jogo se sinta mais como uma experiência grind (repetitiva), onde o foco está mais em ganhar recursos para melhorar os personagens do que em avançar na história.

Além disso, o fato de o jogo ter um forte foco no multijogador e nas microtransações pode alienar jogadores que preferem uma experiência mais focada na narrativa ou que não querem se preocupar com compras dentro do jogo. A adição de elementos como passe de batalha e skins pagas também pode afastar uma parte da base de fãs, que esperava uma experiência mais focada no jogo em si, sem depender de microtransações.

Gráficos e Estilo Visual: Beleza, Mas Sem Surpresas

Quando se trata de gráficos, Suicide Squad: Kill the Justice League não decepciona. O jogo apresenta um estilo visual vibrante, com personagens bem modelados e um mundo aberto cheio de detalhes. A Rocksteady claramente manteve a alta qualidade gráfica que é sua marca registrada, com animações fluidas e uma paleta de cores que transmite a natureza irreverente e caótica do Suicide Squad.

No entanto, em termos de design artístico, o jogo não apresenta nada que seja verdadeiramente inovador ou surpreendente. Se você já jogou algum dos jogos anteriores da Rocksteady, provavelmente não encontrará algo que o faça se sentir deslumbrado. O estilo visual é competente, mas não consegue elevar a experiência a um nível de excelência como foi visto em Batman: Arkham City.

Conclusão: A Rocksteady Caiu ou Apenas Tomou um Desvio?

Suicide Squad: Kill the Justice League é um jogo que oferece uma experiência de ação sólida, mas carece da inovação que muitos esperavam da Rocksteady. A jogabilidade, embora satisfatória, não traz grandes novidades, e a narrativa, apesar de interessante, não é o suficiente para prender o jogador de forma consistente. O modelo live-service, com microtransações e progressão baseada em loot, também pode ser um fator de frustração para muitos jogadores.

No entanto, é importante notar que o jogo não é um fracasso total. Os personagens carismáticos, a ação intensa e os gráficos bonitos são pontos positivos, mas o jogo não consegue alcançar o mesmo nível de excelência e profundidade que os títulos anteriores da Rocksteady.

Será Suicide Squad: Kill the Justice League o começo de uma queda para a Rocksteady ou apenas um desvio em sua jornada? O futuro dirá, mas, por enquanto, o jogo é um título divertido, mas que não consegue atingir as altas expectativas criadas pela desenvolvedora.

E você, o que achou de Suicide Squad: Kill the Justice League? Acha que a Rocksteady manteve sua qualidade ou esse foi um erro de percurso?

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